As estratégias de vendas de uma empresa estão totalmente ligadas ao tratamento de dados pessoais. Durante a jornada de compra e a entrada do lead no funil de vendas até a negociação para fechamento de contratos, o squad comercial tem contato direto com inúmeras informações acerca do lead (dados pessoais), as quais têm relevância para a LGPD.
Coletar, armazenar, transferir, manusear e tratar dados pessoais de forma inadequada abre margem não só para as sanções da LGPD, mas também para que a ANPD fiscalize o caso e os passos da empresa quanto ao tratamento de dados, o que já pode prejudicar a empresa caso haja alguma irregularidade.
Além disso, as pessoas podem se inconformar com o tratamento inadequado dos dados, podendo ingressar com uma ação judicial. Por isso, estou aqui para te mostrar os principais impactos que envolvem a Lei Geral de Proteção de Dados e o setor de marketing e vendas da sua empresa.
Principais impactos da LGPD em Inbound Sales
Se a sua empresa utiliza a metodologia do Inbound Marketing para atrair leads, é importante entender a utilização das bases legais da LGPD no seu negócio e como elas vão guiar toda a estratégia de prospecção da empresa.
Essa estratégia é quando os vendedores fazem a abordagem de forma estratégica, em leads considerados qualificados, quando sabem que o prospect tem um nível de interesse considerável e possui maior perfil e propensão de compra. Mas, é claro, precisam ter cuidado para não ser invasivo e, mais que isso, comprovar sua legitimidade (perante a LGPD) para usar e tratar dados pessoais.
As bases legais mais utilizadas no meio de marketing são: Consentimento e Legítimo Interesse.
O consentimento permite que as empresas tratem os dados pessoais mediante autorização expressa do titular dos dados (“dono do dado”), o qual permite que comunicações sejam realizadas.
Já o legítimo interesse é a base legal que permite que a empresa realize o tratamento de dados pessoais sem o consentimento dos titulares, desde que as ações da empresa tenham fins de tratamento justificáveis e não violem os direitos e liberdades fundamentais do titular.
Agora que você entendeu o que são as bases legais e quais são as mais usadas da LGPD, é preciso que você entenda como a escolha da base legal é fundamental para a realização das Inbound Sales.
Para que o time de vendas da sua empresa verifique se o lead está realmente interessado no produto ofertado pela empresa, é necessário um estudo aprofundado do nível de consciência que ele tem sobre o negócio.
Nesse sentido, é muito importante atentar o seu time de vendas que apresentar uma estratégia comercial para contatos não qualificados ou que não estão prontos para comprar, pode fazer com que a estratégia de vendas da sua empresa seja considerada invasiva e pode também aumentar o número de dados de pessoas desinteressadas da sua base, fazendo com que o manuseio desses dados se torne perigoso aos olhos da LGPD.
A escolha da melhor base de dados deve ser feita por um advogado especializado em LGPD, que conheça tanto a parte jurídica quanto a parte operacional da sua empresa, para aliar uma estratégia que não prejudique/restrinja desnecessariamente a atuação do seu time de vendas. Isso porque a metodologia Inbound Sales é uma excelente opção comercial, precisa de poucas lapidações para estar de acordo com a LGPD.
Leia também: Consentimento x Legítimo interesse na LGPD
Principais impactos da LGPD em Outbound Sales
Na metodologia Outbound Sales, a prospecção de leads ocorre de forma ativa, o que significa que a empresa é quem estabelece o primeiro contato com as pessoas mapeadas em um estudo de personas e público-alvo.
Ocorre que, metodologias de prospecção ativa, como é o caso da outbound, precisam de uma atenção maior, uma vez que apresentam mais riscos de estarem contra o que a LGPD estabelece.
Uma prática muito comum dessa forma de prospecção é a compra de listas de contato de empresas chamadas “data brokers”, as quais compilam e vendem dados pessoais de consumidores na internet.
A compra de dados pessoais apresenta total incompatibilidade com a LGPD, tendo em vista que esse ato fere um princípio-chave da LGPD, que é a finalidade específica do tratamento, informado e específico do titular de dados.
Além disso, coletar um dado “cru” e de forma aleatória, sem o consentimento do titular, vai contra a autodeterminação informativa da LGPD, o qual deixa claro que é direito do indivíduo controlar e proteger seus dados pessoais.
Diferentemente do Inbound, a adequação de bases legais para práticas de Outbound fica mais difícil, afinal, não existe hipótese na lei que autorize a comercialização de dados pessoais, sem o conhecimento do titular.
Leia também: Sanções da LGPD, veja quais são e como evitar
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